Na fronteira entre EUA e México, gangorras unem crianças dos dois países

Embora o desejo do presidente dos Estados Unidos seja estender o muro que separa o país do México, essa divisão tem, ao seu modo, criado laços entre as pessoas dos dois lados. Dois professores americanos desenharam gangorras que foram incorporadas a alguns trechos da parede de aço que divide os dois países. A intenção é que crianças de ambos os lados possam brincar juntas, apesar do recrudescimento da política migratória de Donald Trump.

A ideia foi desenvolvida pelo professor de arquitetura Ronald Rael, junto com Virginia San Fratello, da área de design da Universidade de Berkeley, na Califórnia. Para Rael, o gesto vai além de uma mera atividade infantil. "O muro tornou-se um ponto de apoio para as relações EUA-México, e os adultos foram conectados de maneira significativa em ambos os lados com o reconhecimento de que as ações que acontecem de um lado têm uma consequência direta para o outro lado", explica.

Um vídeo compartilhado pelo professor mostra pessoas de ambos os países rindo, conversando e brincando nas gangorras rosas na área en que separa Sunland Park, no Novo México (EUA), e a Ciudad Juárez, no México.

A migração para os Estados Unidos através do México disparou este ano alcançando sua maior marca na década, com um fluxo composto principalmente por hondurenhos, seguido por guatemaltecos e em um número menor de salvadorenhos, de acordo com o Instituto Nacional de Migração.

Apesar de servir como reação à polêmica promessa de Donald Trump de construir um muro em toda a fronteira, a ideia dos professores vem de 2009, mas só foi concretizada agora, dias antes do Supremo Tribunal norte-americano autorizar Trump a utilizar dinheiro público do Pentágono para construir parte do muro, uma de suas promessas de campanha.

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