'Davi x Golias': a campanha do Sleeping Giants Brasil contra a Jovem Pan
Na madrugada de 18 de maio de 2020, Leonardo Leal, 22 à época, estava insone. Perdeu umas horas no videogame e foi zapear o Twitter. Na timeline, viu a reportagem do jornal espanhol El País que contava como o publicitário norte-americano Matt Rivitz, de então 48, conseguiu drenar recursos da extrema direita ao alertar empresas de que seus anúncios estavam em mídias divulgadoras de fake news.
Era o perfil @slpng_giants, aberto em novembro de 2016, que hoje tem 311 mil seguidores. No Brasil, alguém abriu o @slpng_giants_br, em fevereiro de 2017, mas a conta não era ativa. Leonardo resolveu criar o @slpng_giants_pt (referência ao idioma, português, abreviado como PT). Nem dormiu. De manhã, acordou a namorada, Mayara Stelle, que também tinha 22: a noite lhe despertou a ideia de transformar seu TCC no curso de direito na UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), no Paraná, focado nos citados na CPMI das Fake News, no Sleeping Giants Brasil, que hoje conta 555 mil seguidores no Twitter e 272 mil no Instagram. O perfil lidera a campanha que pede a desmonetização de anúncios da Jovem Pan.
"Não podia imaginar que o Sleeping se tornaria o que se tornou", Leonardo diria dois anos e sete meses depois, no fim de dezembro, em Brasília. Às vésperas da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonardo e Mayara passavam uma breve temporada na capital federal. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), lembra, foi aprovada uma medida que alterou o Marco Civil da Internet, dificultando para plataformas como Facebook e YouTube a derrubada de perfis e posts que violem suas regras. "A partir daí, a gente entendeu que era importante ter movimentação política em torno dos nossos interesses, a discussão sobre fake news e discurso de ódio", conta. "O Sleeping precisa ter uma presença maior em Brasília."
Dias antes, o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo do Qatar, e Lula foi diplomado em Brasília. As atenções, pensou Leonardo, se voltariam mais uma vez para a política. "É o melhor momento para a campanha [de desmonetização] da Jovem Pan", disse à época. "Se a gente não fizer agora, o Brasil vai ter um 'Capitólio'." Foi assim que, em 21 de dezembro, eles passaram a publicar posts alertando anunciantes.
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