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Juíza que mandou prender Deolane e Gusttavo Lima é "estrela do judiciário"

A juíza da Operação Integration, Andrea Calado, é conhecida em Pernambuco por atuar em casos de grande repercussão midiática.

Nessa operação, ela pediu a prisão da influencer Deolane Bezerra e do cantor Gusttavo Lima. Ambos fazem publicidade e negócios com empresas de apostas.

Em setembro de 2010, Calado presidiu o júri popular do Caso Serrambi, quando foram julgados Marcelo e Valfrido Lira, acusados de assassinar as jovens Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão.

O crime ocorreu no litoral sul de Pernambuco. Os dois foram inocentados.

Em 2013, Calado foi citada em uma polêmica. Ela concedeu a guarda provisória de uma criança em um processo que envolvia a advogada Giovana Uchoa, filha de Guilherme Uchoa, então presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

O MP-PE (Ministério Público de Pernambuco) levantou suspeitas de tráfico de influência, alegando que Giovana teria utilizado seus contatos para favorecer amigos no processo de adoção.

O casal de pais adotivos, segundo a investigação, não estava no Cadastro Nacional de Adoção.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco instaurou um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) para apurar o caso.

A juíza acabou convocada pela Câmara dos Deputados a depor numa CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre tráfico de pessoas no Brasil.

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Em 2014, Calado foi alvo de uma representação na OAB Pernambuco e no Conselho Nacional de Justiça.

Ela foi acusada de manipular a distribuição de processos na Vara da Infância e da Juventude de Vitória de Santo Antão, interior pernambucano.

De acordo com a denúncia feita pelo então presidente da OAB de Vitória, Washington Luís Macêdo de Amorim, a juíza desrespeitava a distribuição feita por sorteio e impunha a escolha dos processos.

Procurada pela reportagem, a juíza não retornou o pedido de entrevista.

Caso das bets

A Integration — que prendeu a influenciadora e pôs na mira da Justiça o cantor — é um desdobramento de outra operação, a Boogeyman, iniciada em 2022, para identificar e desarticular grupos criminosos responsáveis pela prática do jogo do bicho no estado.

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Em 1º de dezembro de 2022, a Polícia Civil e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-PE cumpriram 13 mandados de busca e apreensão no Recife e em Olinda. Os alvos eram cinco bancas, em cinco bairros.

Entre elas estava a Caminho da Sorte, em Afogados, zona oeste da capital. Nela, os policiais apreenderam mais de R$ 180 mil em espécie e documentos, incluindo um caderno com registros de apostas diárias, repasses e prêmios.

O local também tinha papéis com marcas da Esportes da Sorte e exibia material publicitário do site, indicando uma conexão entre a banca e a plataforma online.

Com dezenas de casas espalhadas pela capital pernambucana, a Caminho da Sorte, afirma a polícia, pertence a Darwin Henrique da Silva. Já a Esportes da Sorte é do filho dele, Darwin Henrique da Silva Filho.

Ambos viraram investigados por "indícios suficientes de estreita ligação entre as empresas na prática de atividades ilícitas", segundo o inquérito ao qual o UOL teve acesso. Eles são suspeitos de exploração de jogo de azar e de lavagem de dinheiro.

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