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Justiça de SP determina que Thiago Brennand volte ao Brasil em até 10 dias

Thiago Brennand deve voltar ao Brasil em até 10 dias - thiagobrennandfv/Instagram
Thiago Brennand deve voltar ao Brasil em até 10 dias Imagem: thiagobrennandfv/Instagram

Do TAB

09/09/2022 18h36

O empresário Thiago Antonio Brennand Fernandes Vieira, 42, tem o prazo de 10 dias para que retornar ao Brasil. A decisão foi dada nesta sexta-feira (9) pela juíza Erika Soares de Azevedo Mascarenhas, em resposta à denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo no último domingo (4).

Vieira é acusado de crimes de lesão corporal e corrupção de menores. Em 3 de agosto, câmeras de segurança filmaram o empresário agredindo a modelo Alliny Helena Gomes, 37, em academia de luxo no shopping Iguatemi, na capital paulista.

Thiago viajou para Dubai no domingo, poucas horas antes da denúncia do MPSP. A viagem foi confirmada ao TAB por fontes da Polícia Federal. Conforme apurou a reportagem, ele tinha volta prevista para dia 18 de outubro.

Além de determinar a volta de Thiago Fernandes Vieira ao Brasil, a juíza também proibiu que ele saia do país "sem prévia autorização judicial" e que frequente "academias e/ou estabelecimentos desportivos similares".

Segundo a magistrada, há também "elementos que indicam que o próprio acusado fez uso do telefone celular de seu filho para perseguir potenciais vítimas após suas investidas frustradas", referindo-se às mensagens de xingamento contra Alliny.

Thiago Fernandes Vieira está "proibido de se aproximar a menos de 300 metros da ofendida e de manter qualquer tipo de contato com ela" e "de manter qualquer tipo de contato com as testemunhas".

Em caso de descumprimento de qualquer medida cautelar, afirma a juíza, será decretada a prisão preventiva de Thiago Fernandes Vieira — nessa situação, a Justiça brasileira pode fazer alerta à Interpol.

Histórico

Thiago é um dos cinco filhos do cofundador de uma rede médica do Recife. O grupo criou dois dos maiores hospitais da cidade: o Hospital Santa Joana e o Memorial São José. Desde o início da repercussão do episódio de violência, a família saiu das colunas sociais direto para o noticiário policial.

"Thiago sempre aprontou. Era um mimado, desde novinho. Qualquer problema, os pais mandavam ele para alguma viagem", lembra uma vizinha da família que não quis se identificar.

Em 1º de setembro, a nutricionista Marília Fernandes Vieira, irmã de Thiago, publicou em seus stories de Instagram uma mensagem, na qual agradecia "as inúmeras mensagens de carinho e apoio" que recebeu após a reportagem do "Fantástico" (TV Globo) sobre a agressão de Thiago na academia.

Na mensagem, Marília dizia: "nem eu nem meus três irmãos temos qualquer relação nem contato com o referido há mais de 20 anos e, portanto, nenhuma atitude alheia nos representa ou interessa". A família não comenta mais o assunto.

Agressão ao filho

Em 2020, Thiago Vieira também foi alvo de um inquérito por agressão contra o próprio filho, de quem ele tem a guarda desde criança. Na época com 14 anos, o rapaz relatou em depoimento à Delegacia de Polícia de Crimes contra Criança e Adolescente, em Pernambuco, uma série de maus tratos por parte do pai.

O menino foi levado à polícia pela mãe, que mora no Recife. Ele fugiu de São Paulo após ser agredido por Thiago. Segundo o adolescente, desde os quatro anos ele apanhava do pai, "mesmo que fosse por besteira". Os episódios, detalhou, incluíam agressão com objetos com fio de carregador do celular, corda, galho de árvore, baqueta de bateria e cabides de roupa. Em uma viagem a Fernando de Noronha, disse ele, o pai quebrou "quatro cabides em mim, um atrás do outro, me batendo".

Um laudo traumatológico confirmou que o menino tinha escoriações no braço direito na região inguinal direita, causadas por instrumento contundente.

Dois dias depois do depoimento, em 17 de abril, o adolescente voltou à delegacia e desmentiu-se: disse que as marcas no corpo eram "outras coisas" e pediu para "alterar tudo" no depoimento. "Foi mais um ato de rebeldia", explicou-se.

Thiago Vieira negou as agressões em depoimento. Disse que a relação com o filho sempre foi boa e usou como exemplo um pedido do menino, quando completou 11 anos, para que contratasse uma garota de programa, "pois ele queria perder a virgindade".

O inquérito foi arquivado.

Na recente denúncia do Ministério Público, o promotor Bruno César Cruz de Assis destaca a presença do filho de Thiago durante o episódio de agressão contra Alliny Helena Gomes e afirma que o empresário induziu o rapaz a ofender Alliny, chamando-a de "puta" e "vagabunda".