'Imbrochável': New York Times incorpora o vocabulário do governo Bolsonaro
Se os jornalistas brasileiros que cobrem o governo federal passaram a ter, com Jair Bolsonaro, uma rotina dificultada por xingamentos do próprio presidente e perseguições virtuais da militância fanática, os correspondentes estrangeiros que atuam no Brasil ganharam ainda uma outra pedra no sapato: traduzir, adaptar e explicar aos seus públicos o recorrente vocabulário que é a tônica do entorno presidencial — no caso, com um léxico pouco afeito aos protocolos do cargo.
E a cada descompostura vernacular a internet vai à loucura imaginando como os tradicionais veículos do exterior vão noticiar. Considerado o principal jornal do mundo, The New York Times fica no centro da curiosidade. No perfil do twitter New New York Times (@NYT_first_said), as menções brasileiras têm sido campeãs de repercussão, não raramente, desencadeando memes e provocações políticas.
No último 7 de Setembro, quando se celebrou o bicentenário da Independência do Brasil, o perfil registrou duas menções inéditas em língua portuguesa — ou, ao menos, no dialeto presidencial brasileiro: "motociata" e "imbrochável". Esta última, uma verdadeira campeã de reações.
Em 24 horas, o post havia engajado mais de 500 comentários, provocado 7.000 retweets e colecionado quase 50 mil likes.
O autor da proeza de emplacar esses termos tão, digamos, arrojados nas páginas e no site do tradicional diário é o jornalista Jack Nicas, norte-americano de Massachusetts que é o responsável pela cobertura brasileira do veículo desde janeiro.
Duas semanas antes, ele já havia encarado o desafio de incluir, em seu texto, o termo "tchutchuca do centrão", ao relatar o incidente ocorrido com o youtuber que jocosamente dirigiu-se ao presidente utilizando a expressão.
Em todos os casos, o profissional não somente precisa dar um jeito de traduzir o termo heterodoxo mas também dedica um ou dois parágrafos usando a nomenclatura original e contextualizando-a, explicando para o leitor internacional.
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