'Cai quem quer'? Do trote ao Pix, por que tanta gente é vítima de golpes

Moradora do interior paulista, a professora aposentada Vera*, 65, é acostumada a fazer compras online e não acreditava que pudesse cair fácil em um golpe de internet. Mas, no fim do ano passado, quando ela estava querendo comprar uma geladeira nova, o impulso falou mais alto do que a razão.
"Encontrei uma geladeira que era exatamente da marca e do modelo que eu queria. Fiz contato com o vendedor e ele pediu meu WhatsApp para combinarmos os detalhes da compra", recorda ela, que encontrou a oferta em um famoso site de marketplace.
O preço já era mais baixo — cerca de 10% a menos do que o visto em outras lojas. No contato direto, o vendedor disse que se ela fizesse o pagamento via Pix naquele momento, em vez de fechar o negócio por meio do site, ele poderia dar um desconto ainda maior: 25% a menos do que o anunciado.
"Era tão irresistível que, na hora, eu nem me toquei que o site só iria garantir o processo todo se eu finalizasse a compra por meio da plataforma oficial dele, é claro. Fui tonta", admite. Ela pagou R$ 1.250 e ficou a ver navios. O suposto vendedor não só desapareceu como, momentos depois, apagou o anúncio e sumiu do marketplace. E bloqueou também o seu número de WhatsApp.
Os meios se atualizam mas a criatividade dos golpistas parece algo sem fim — dos analógicos trotes que simulavam sequestros de parentes a criativos pedidos de dinheiro por mensagens que dizem "rapidão aqui para resolver um troço e amanhã mesmo te devolvo", as artimanhas são cada vez mais inventivas e contam com a tecnologia como aliada. A partir do Instagram, por exemplo, um golpista se passou pelo ator norte-americano Johnny Depp e convenceu uma paulista de Osasco a lhe transferir R$ 208 mil.
Nos últimos tempos, novos golpes surgiram na praça: o dos cartões contactless, o do "urubu do Pix" e até o do roubo de pedidos feitos pelo iFood. Recentemente, a Polícia Federal também acendeu um alerta para uma nova modalidade que está ocorrendo exclusivamente com celulares, o "golpe da mão fantasma", uma fraude que consiste em oferecer uma falsa atualização para o telefone da vítima e, assim, conseguir acesso ao gerenciamento do aparelho em tempo real, podendo realizar transferências pelos aplicativos de banco sem maiores dificuldades.
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