Nos apps de relacionamento, brasileiros buscam um 'mozão' para ver a Copa
Passadas as eleições enfim, pintou um clima de Copa do Mundo. A menos de uma semana do início do torneio, as casas começam a ganhar as cores verde e amarela e pessoas se juntam nas praças para trocar figurinhas do álbum. Na internet, no entanto, o maior assunto não é a escalação dos jogadores brasileiros — mas a procura de um ficante/ 'mozão' para assistir aos jogos juntos.
Desde "Imagina eu e você vendo a Copa do Mundo juntos no Qatar, camisa combinando, o Brasil faz um gol e a gente se beija" até "vou fazer um sorteio, quem ganhar assiste a Copa agarradinho comigo", a intensidade das jogadas em busca de um par romântico rivalizam com o desejo da Seleção pelo hexacampeonato.
Se, para alguns, são apenas memes que surgem de quatro em quatro anos, para a paulistana Nathália Santos, 23, o jogo é de campeonato. Depois de dois anos namorando, a biomédica andava solteira e aproveitando a vida, mas tomou como missão: encontrar um cara legal para assistir aos jogos com ela.
Nathália entrou em campo na internet, com amigos em comum, com desconhecidos nas redes sociais. E não é que Nattan Vieira, 23, foi escalado para essa posição?
Quase bateu na trave
Quando Natália comentou com alguns amigos sobre sua meta, eles se deram conta de que o craque estava solteiro e incentivaram o começo da relação.
"Minha amiga mostrou a foto dele e eu falei que gostei, achei bem bonito. Comentaram com o Nattan, e ele perguntou se podiam passar meu número. Falei que sim", sorri a biomédica. Apesar de um começo promissor, no entanto, o plano quase bateu na trave: "Só depois de uma semana ele me mandou uma mensagem, porque estava com otite [infecção no ouvido] e levou mais duas semanas para a gente sair", conta.
Foi em um domingo ensolarado de julho que eles se encontraram pela primeira vez. Deram uma volta de carro e o clima foi instantâneo: marcaram de se ver dali a dois dias.
O que era para ser só uma ficada ou outra até os jogos da Copa ganhou volume de jogo e eles se viram gostando um do outro. "A princípio eu não queria ter um relacionamento com ninguém. Mas vi que estava me sabotando e falei: 'Pronto to gostando mesmo e é isto'. No dia 10 de setembro, em uma viagem para Campos do Jordão, ele me pediu em namoro."
Copa uniu, futebol quase separou
Se o Mundial no Qatar foi o pontapé inicial para a tabelinha entre Nathália e Nattan, por ironia o futebol quase virou empecilho para a relação: a biomédica torce pelo Corinthians e o estudante, pelo arquirrival Palmeiras.
Logo na primeira conversa, o assunto veio à tona e o time quase esfriou. "A gente falando de futebol, eis que o abençoado fala que toda a família dele é palmeirense fanática. Os parentes dele vêm da Itália. Torcem pelo Palmeiras e também para Itália na Copa [que este ano não competirá]", lembra ela.
Os dois colocaram na balança o que valia mais a pena: o amor ou o torcedor. Não foi uma escolha difícil e superaram essa desavença no gramado.
Sem torcida adversária
Claro que ficaram estipuladas algumas regras. "A gente não fala nada se o time um do outro perde. Não usamos a camisa do time quando saímos juntos. Achei que fosse ser um problema, mas torcer para outro time não define caráter de ninguém", explica a corintiana.
O planejamento da equipe mirou até o futuro: "Já definimos a questão de filhos. Não vamos estimular a criança a torcer por futebol, ela que escolhe. Focaremos em outros esportes, tipo vôlei, basquete, balé, luta".
Com tantos planos, Nathália avalia que os jogos do Brasil na Copa serão ainda mais importantes para o casal - pois eles vão torcer para o mesmo time pela primeira vez. Com direito a camisa oficial azul com detalhes de onça na manga, o casal combinou de assistir aos jogos com looks iguais, para trazer sorte à Seleção.
"Só não vamos assistir a final da Copa juntos, caso esteja o Brasil, porque estarei em Porto Alegre e ele em São Paulo, mas vamos fazer uma chamada por vídeo. Vibraremos juntos", comemora.
Sorte no jogo, azar no amor
Nathália e Nattan realizaram o sonho dos que buscam um 'mozão' para a Copa e além dela, mas nem todos tiveram o mesmo desempenho em campo.
Faltando menos de uma semana para a cerimônia de abertura no Qatar, Aline Yumi, 25, já tentou de tudo ao seu alcance para escalar alguém no seu time para assistir aos jogos.
"Mudei a descrição dos aplicativos de relacionamento, falei com colegas e amigos de amigos, postei nos stories, respondi os dos outros. Sou introvertida, mas dedicada. Perguntei até em umas festas aí também", revela.
O bom resultado não veio. "Acho que quem me respondeu não queria nada para o futuro", avalia a jornalista, que tem sua própria teoria sobre o porquê de tanta gente procurar alguém para passar o momento da Copa juntos.
"Os jogos despertam muitas emoções. Acho que ter alguém para vibrar, abraçar, comemorar, chorar etc deixa tudo melhor. Seja para lamentar ou para beijar de alegria."
Mas Aline garante que não é porque não encontrou um amor para a Copa que os jogos não serão divertidos. "Acho que vou assistir com os amigos e colegas de trabalho. É o que tem e está mais que perfeito. Não vou desanimar só por isso."
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