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Desabrigados sofrem a cada chuva e precisam de psicólogos, diz voluntário

Do TAB, em São Sebastião (SP)

21/02/2023 18h04

As chuvas em São Sebastião (SP) não afetam só os trabalhos de resgate de sobreviventes e mortos após os deslizamentos do último fim de semana. Elas também despertam nos desabrigados o trauma recente.

"Não foi só as mortes, não foi só a perda material. A gente está passando por muitos problemas emocionais. Além dos mantimentos e medicamentos, precisamos de ajuda psicológica", conta o voluntário Gabriel Paulo, morador da Barra do Sahy que está ajudando na escola municipal que virou abrigo para quem perdeu suas casas.

Ele lembra que uma forte chuva na madrugada desta terça-feira (21) acordou todos os desabrigados no colégio. "Tivemos até que medicar alguns que não conseguiram voltar a dormir", disse.

As mortes confirmadas chegam a 46 e há um número superior de pessoas desaparecidas no município do litoral norte de São Paulo.

Maior temporal da história do país

De acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Previsão de Monitoramento de Desastres), os temporais que atingiram o litoral de São Paulo no fim de semana foram os maiores já registrados na história do país. Ao todo, caíram 682 mm de chuva em Bertioga, 626 mm em São Sebastião, 337 mm em Ilhabela, 335 mm em Ubatuba e 234 mm em Caraguatatuba.

Até então, o maior acumulado da história havia sido registrado em Petrópolis, no Rio de Janeiro. No ano passado, a cidade foi castigada com uma chuva de 530 milímetros em 24 horas, matando 241 pessoas.