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'Quem manda no Brasil somos nós': ato em Copacabana tem Silveira e fanfarra

O ex-ator Mário Gomes no carro de som pró-Silveira, em Copacabana, no Rio - Luciana Cavalcante/UOL
O ex-ator Mário Gomes no carro de som pró-Silveira, em Copacabana, no Rio Imagem: Luciana Cavalcante/UOL

Luciana Cavalcante

Colaboração para o TAB, do Rio

01/05/2022 15h54

No ato bolsonarista deste domingo (1), o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) disse que o Brasil tem presos políticos, incluindo ele mesmo. Para Silveira, o presidente Jair Bolsonaro é a "esperança de liberdade" para o Brasil.

Silveira discursou rapidamente em dois trios elétricos que conduziam a manifestação na avenida Atlântica. Sem citar diretamente o Supremo, o deputado enumerou quem considera preso político no país.

"O Brasil hoje tem presos políticos: Roberto Jefferson, eu, Oswaldo Eustáquio, Wellington Macedo, Allan dos Santos, exilado, e vários outros. Isso é inadmissível em um país que grita democracia, que fala que é democracia, mas age como ditadura. Não se dobrem diante de arbitrariedades estatais. Quem manda no Brasil somos nós."

Sob um sol de 23°C, após um dia de forte chuva na cidade, os apoiadores vestidos de verde e amarelo ocuparam a avenida Atlântica na altura do posto 5.

Nos trios elétricos, o microfone ficou aberto a quem quisesse se manifestar a favor de Bolsonaro. A maioria das falas foi contra a esquerda, representada por Lula, e contra o STF, mas também houve declarações antivacina e pedidos para que idosos compareçam às urnas em outubro. O público de meia-idade era a maioria presente no ato.

Entre os participantes havia pessoas de religiões diferentes e que já foram militantes de outros partidos. A advogada, Ana Batista, 50, era uma delas. Ela conta que votou em Lula em 2002, por ser "contra a reeleição de Fernando Henrique Cardoso" — FHC fora reeleito em 1998, quem concorreu pelo PSDB naquele ano foi José Serra —, mas mudou de lado, após o presidente assumir.

"Assim que Lula assumiu em 2003, ele que era opositor virou seguidor da política do Fernando Henrique Cardoso. Traiu o povo brasileiro nos primeiros quatro meses de governo. Depois veio mensalão, petrolão."

Carla Guedes (de camiseta amarela), em ato pró-Silveira em Copacabana, no Rio - Luciana Cavalcante/UOL - Luciana Cavalcante/UOL
A professora aposentada Carla Guedes (de camiseta amarela), em ato pró-Silveira em Copacabana, no Rio
Imagem: Luciana Cavalcante/UOL

A professora aposentada Carla Guedes, 66, que se declara como cristã, disse que era importante estar nas ruas para apoiar a liberdade, pois acredita que o presidente está sofrendo sanções do STF.

"Temos que apoiar a Constituição. Nosso presidente, que foi eleito e que respeita as quatro linhas da Constituição, não é um ditador, não é um genocida. Acho que o Brasil está sob uma ditadura e um abuso de poder do STF. É a esquerda querendo tomar o Brasil."

Ela conta que já foi militante de partidos de esquerda, mas que se decepcionou com eles a partir de 2014. "Eu colhi assinatura para o partido da Marina, da Rede, apoiei o Freixo. Deixei de apoiá-lo porque vi que foi hipócrita. Falou que jamais apoiaria a Dilma na eleição e apoiou. Trabalhei de graça. Sempre apoiei uma ideologia em que acreditava. Mas em 2014 eu falei 'nunca mais'."

O engenheiro manauara Anderson Reis, 38, que é católico, está de férias no Rio de Janeiro e quis garantir a presença no ato, segundo ele, para resgatar o patriotismo. "O patriotismo estava apagado no nosso país. A gente estava se sentindo acuado nos governos passados. Isso aqui mostra o quanto nós, povo, queremos igualdade, liberdade de expressão, ter o nosso espaço sem que os governantes sejam aqueles que só queiram roubo, mau uso do dinheiro público. Por esse motivo não poderia deixar de vir aqui hoje."

A comerciante Deise Camargo, 63, na concentração pró-Daniel Silveira e Jair Bolsonaro em Copacabana, no Rio - Luciana Cavalcante/UOL - Luciana Cavalcante/UOL
A comerciante Deise Camargo, 63, na concentração pró-Daniel Silveira e Jair Bolsonaro em Copacabana, no Rio
Imagem: Luciana Cavalcante/UOL

Marchinha de Carnaval

Realizado logo após o segundo Carnaval do ano no Rio de Janeiro, o ato em Copacabana teve até bloco de Carnaval, com direito à fanfarra e banda de música. O público presente festejou ao som de músicas usadas em competições esportivas, com frases como "Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!" e "Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor".

Os músicos animaram os manifestantes, que saíram cantando pela orla. Integrantes do grupo de paraquedistas do Exército da reserva também prestaram apoio ao presidente da República, marchando na manifestação e gritando palavras de ordem.