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Vista do Pinheiros, pipoca a R$ 18: como é a roda-gigante inaugurada em SP

Considerada a maior roda-gigante da América Latina, a Roda Rico foi inaugurada nesta sexta (9), em São Paulo - André Porto/UOL
Considerada a maior roda-gigante da América Latina, a Roda Rico foi inaugurada nesta sexta (9), em São Paulo
Imagem: André Porto/UOL

João de Mari

Colaboração para o TAB, de São Paulo

11/12/2022 04h01

Sob sol forte e um calor de mais de 30°C, a contadora Anna Isabel, 30, abria um guarda-chuva para se proteger enquanto esperava para dar uma volta na Roda Rico, considerada a maior roda-gigante da América Latina e inaugurada na manhã de sexta-feira (9), no parque Cândido Portinari, zona oeste de São Paulo.

A volta na atração de 91 metros de altura pode levar até 30 minutos — o tempo da fila foi um pouco maior para Anna, junto a cerca de 150 curiosos entre 10h e 12h (nas contas do TAB, o número oficial não foi informado pela assessoria). A vista a impressionou, mas diz que ela sentiu falta de informações (o que motivou a instalação, por exemplo). "Achei desorganizado. Demorou muito e estava tudo caro."

A estrutura tem cabines que comportam até oito pessoas, com ar-condicionado, wi-fi e bluetooth — para Anna, a internet não funcionou. Os ingressos custam entre R$ 25 e R$ 420 (para quem pretende reservar uma cabine inteira, com bebidas inclusas). Nas barracas, a pipoca pequena custa R$ 18 e o sorvete de casquinha, R$ 12.

A atração começou a girar pontualmente às 9h, ainda com obras no entorno. Moradora do Capão Redondo, periferia da zona sul de São Paulo, a estudante Gabrielli Alani, 16, percorreu cerca de 20 km para conhecer a Roda Rico, que foi batizada assim após a aquisição de "naming rights" da empresa Rico Investimentos.

Maior roda-gigante da América Latina, a Roda Rico foi inaugurada nesta sexta (9), em São Paulo - André Porto/UOL - André Porto/UOL
Os ingressos custam entre R$ 25 e R$ 420 (para quem pretende reservar uma cabine inteira, com bebidas)
Imagem: André Porto/UOL

A roda gira

Ao lado do pai, o técnico eletricista Aleci Júnior, 38, Gabrielli esperava na fila zapeando o smartphone. Foram até ali em busca de aventura, fãs de atividades radicais que são, dizem. "Então pensamos que a maior roda-gigante da América Latina deve ser no mínimo emocionante, né?", indaga a jovem.

O movimento giratório do brinquedo é contínuo, isto é, ele não para para que os visitantes embarquem. Chegada a vez deles, ao ouvirem que a entrada estava liberada, eles tiveram de subir rapidamente uns degraus para entrar na cabine. "Achei um pouco complicado. Um idoso teria dificuldades para agir nessa rapidez."

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Da roda-gigante é possível ver o rio Pinheiros, o Pico do Jaraguá e muitos prédios
Imagem: André Porto/UOL

Uma vez na cabine, muitas selfies e olhares curiosos ao rio Pinheiros, à esquerda, e a um pedaço verde do parque Cândido Portinari, à direita. Também dá para ver o Pico do Jaraguá e, como é de se imaginar na capital paulista, muitos, muitos prédios. "Falta emoção, é muito lento", diz Aleci.

Por dentro, não dá para notar que o equipamento está se movimentando, apenas por uns momentos. Aleci, que queria mais emoção, levantou de repente e a cabine se moveu levemente para trás. Um dos passageiros, suando apesar do ar-condicionado, esbugalhou os olhos.

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A fila no dia da inauguração reuniu cerca de 150 pessoas entre 10h e 12h
Imagem: André Porto/UOL

A fila anda

Quem também não se importou em esperar mais de 40 minutos na fila foi o educador físico Fábio Sousa Lopes, 29, morador de Taboão da Serra (SP) que trabalhava perto dali e aproveitou para conferir a inauguração da roda-gigante, uma instalação que pôde observar durante meses — o espaço foi aberto com mais de 120 dias de atraso. "Vi toda a construção. Estou empolgado para ver o visual lá do alto."

Entretido, Vitor Cautella, 8, nem notou que sua casquinha de sorvete derretia na fila dessa sexta-feira de sol forte. A estudante de odontologia Vanessa Cautella, 36, mãe do garoto, foi quem lhe chamou a atenção. Ela e a amiga Renata Anunciato, 42, vestiam amarelo (uma coincidência, já que não estavam ligadas no jogo do Brasil que se iniciaria às 12h).

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As amigas Renata Anunciato e Vanessa Cautella (de vestido amarelo) e seus filhos
Imagem: André Porto/UOL

A roda-gigante também é um marco para elas que, indo e vindo de Sorocaba (SP) para assistir às aulas da faculdade, observaram a obra diariamente. Elas foram buscar as últimas notas no campus e, na volta, aproveitaram para comemorar o fim do ano letivo com os filhos na roda-gigante.

Assim, a fila foi andando. Os ingressos para uma voltinha neste fim de semana já estão esgotados — os bilhetes marcados para o fim da tarde acabaram primeiro, pois o ponto forte da atração é observar o pôr do sol, diz uma funcionária. Ela e o estafe da Roda Rico ainda não subiram na estrutura. "Mas espero que a gente possa dar uma voltinha logo."