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Espanha proíbe touradas com pessoas com nanismo, e artistas protestam

Lucas Lima/UOL
Imagem: Lucas Lima/UOL

Do TAB

21/05/2023 04h00

No final de abril, o Parlamento espanhol decidiu abolir as touradas que levavam à arena pessoas com nanismo. Apesar de algumas regiões do país — toda a Catalunha, por exemplo — já terem proibido qualquer tipo de tourada, eventos como esse, com anões fantasiados, são comuns em cidades pequenas e vilarejos. A lei também proíbe outras apresentações consideradas "degradantes para qualquer pessoa portadora de deficiência".

A decisão foi celebrada por associações e aprovada por políticos tanto da esquerda quanto da direita espanhola, mas não agradou alguns artistas com nanismo cuja principal fonte de renda são as "touradas cômicas". Houve protestos na frente do Parlamento, em Madri. Calcula-se que ainda hoje existem quase 200 "anões toureiros" na Espanha, segundo dados de 2021 publicados pelo jornal El País.

Grupos de defesa dos animais combatem há décadas a cultura das touradas, especialmente na Península Ibérica, onde o costume é mais forte. De acordo com a Humane Society International, todos os anos cerca de 250 mil touros são mortos em touradas pelo mundo. Além da Espanha, outros sete países realizam touradas em praças, com cavaleiros toureando e golpeando o touro até a morte: Portugal, França, México, Colômbia, Venezuela, Equador e Peru.

A Colômbia, que já vetou touradas em Medelín e Bogotá, recentemente engavetou um projeto de lei que baniria as touradas.

Em Portugal, contudo, o debate sobre o fim das touradas está apenas iniciando. No verão europeu, em 2022, a jornalista Adriana Negreiros mergulhou na cultura das touradas para uma reportagem no TAB.

Ao contrário do que ocorre na Espanha, por lá os touros não são mortos durante o espetáculo, às vistas da plateia, o que possivelmente a torna mais "palatável". E, por lá, políticos de direita fazem questão de defender a "tradição".

Leia a reportagem completa, publicada em 1º de setembro de 2022, aqui.