'Em 2013 sonhamos alto e beiramos o pesadelo', afirma Lilia Schwarcz
Na segunda íntegra publicada das entrevistas do TAB sobre os dez anos dos protestos de junho de 2013, a antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz descreve a sensação daqueles dias como "uma surpresa, uma euforia e um momento de grande medo". Ela lembra que o movimento, "popular, marcadamente de classe média e urbano", rapidamente atingiu 89% de aprovação nas pesquisas de opinião e significou inicialmente "a reivindicação de uma democracia participativa".
Para ela, o fenômeno, que se insere num contexto internacional de protestos subsequentes à crise financeira global de 2008, como a Primavera Árabe e o Occupy Wall Street, nos EUA, "desnudou as nossas fragilidades democráticas e também como o nosso passado não estava resolvido". A historiadora considera que 2013 "gera o golpe de Estado que levou ao impeachment de Dilma Rousseff e gera a ascensão desse baixo clero da política", representado pela vitória de Jair Bolsonaro (PL) em 2018.
"Não é possível dizer que nós aprendemos tudo com o passado, mas é possível dizer que a história gosta de deixar lembretes. E 2013 deixou um lembrete ambivalente: sobre a importância do sonho, do sonho na democracia (...), mas também nos mostrou o pesadelo, sobre como podemos cair em governos autoritários e antidemocráticos."
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