'Gringos' e gêmeos de Garanhuns: fãs esperam Lula no hotel em Brasília

Mal desembarcaram no Aeroporto Internacional de Brasília, na noite de quinta-feira (29), os gêmeos Allan e Alysson Novato, 23, descobriram que, por acaso, se hospedariam num hotel ao lado do Meliá Brasil 21, onde está o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Da janela do Uber, viram a imprensa aglomerada em frente ao cinco estrelas da Asa Sul e tiveram a certeza do endereço — ficaram tão animados que desceram de mala e cuia do carro para tirar fotos.
De Garanhuns (PE), cidade natal de Lula, os irmãos tentaram três outros hotéis até conseguir essas reservas, quase que de última hora. Se não desse certo, Allan e o namorado, Anderson Felipe, 25, Allyson e a namorada, Micaelli Spindola, 24, estavam dispostos a acampar na capital federal. "Pra gente, é um privilégio [prestigiar a posse]", dizem os gêmeos, estudantes de jornalismo no Centro Universitário UniFavip - Wyden, campus de Caruaru (PE).
Na manhã nublada de sexta-feira (30), eles voltaram à frente do hotel e passaram ao menos uma hora à espera de Lula. "Temos orgulho de nosso conterrâneo se tornar presidente pela terceira vez. Garanhuns, Pernambuco, Nordeste, nós sabemos a importância disso."
Lula não saiu de manhã, mas os turistas que passaram por lá puderam acenar para Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, e Alexandre Padilha, que assumirá a Secretaria de Relações Institucionais.
"Bem-vindo, Prates", brincaram uns dos presentes, ao cumprimentar o senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado para a presidência da Petrobras. O fotógrafo Ricardo Stuckert foi abordado para selfies. "Sabia que ele é o melhor amigo do Lula?", disseram.
'Bem-vindos a Brasília'
Entre sexta e segunda (2), o Aeroporto Internacional de Brasília espera um movimento de cerca de 150 mil passageiros, com mais de mil pousos e decolagens. Além de 700 jornalistas, 2.000 convidados e autoridades de 120 países, a posse presidencial atraiu milhares de viajantes, movimentando a capital federal como destino de Réveillon. Entre eles, também turistas estrangeiros.
Foi o caso do uruguaio Andrés Galeano, 50, professor de história de um colégio em Montevidéu. Não é a primeira vez que ele e a companheira, Cristina, se aventuram assim: viajaram a Bogotá para ver a posse de Gustavo Petro, em agosto de 2022, e a Buenos Aires para a de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, em dezembro de 2019. Tentaram também assistir à de Gabriel Boric, no Chile, mas desistiram devido às regras que consideraram complicadas para os exames negativos de covid-19.
Andrés conta que andava desiludido com a política do Uruguai, atualmente governado pelo liberal Luis Lacalle Pou, e quis buscar nessas posses presidenciais sul-americanas mais inclinadas à esquerda uma "injeção de otimismo". Ele não foi ao hotel do presidente, mas aos preparativos na Praça dos Três Poderes.
Ainda antes do segundo turno no Brasil, já tinha marcado as passagens aéreas: ida em 26 de dezembro e volta dia 5 de janeiro, "jogando com a sorte". "Se Bolsonaro tivesse vencido, não viria."
Desde janeiro em São Paulo, o técnico de informática inglês Rob Wiltshire, 52, quis passar as festas em Brasília. "É um Lula's fan", brinca o marido, o profissional de audiovisual Cristiano Lopes, 49, que morava em Londres e voltou ao Brasil para ver Lula subir a rampa do Planalto pela primeira vez, no dia 1º de janeiro de 2003. Desta vez, o casal fez questão de assistir à posse juntos. "É histórico."
Não foram muitos os fãs a esperar Lula nesta tarde. Na avenida, ativistas estenderam faixas de "bem-vindos" a Brasília a Lula, ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e à futura primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Timidamente, também puxaram "olê, olê, olá, Lulá, Lulá" e o hit "Tá na Hora do Jair Já Ir Embora" — quem passou de carro fez o L e buzinou.
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