'Sorte': Ano Novo Chinês leva multidão ao bairro da Liberdade, em SP

Entre cosplays e curiosos, a Praça da Liberdade amanheceu em clima de festa neste sábado (4), com a celebração do Ano Novo Chinês (no calendário chinês, este é o ano do coelho).
Nas ruas tomadas por multidões, no centro de São Paulo, não é difícil ouvir conversas em chinês, coreano ou japonês — o bairro paulistano é "um abrigo para asiáticos", considera a tradutora chinesa Lin Jun, 54, uma das organizadoras do festival.
Lin Jun, carinhosamente chamada de Rebeca pelos amigos brasileiros, conta que se mudou para cá aos 17 anos, junto da família, para trabalhar com um tio em uma fábrica de bolsas em Campinas, no interior de São Paulo. Lá, aprendeu português, com uma vizinha, que era professora de uma escola primária.
Imigrantes, acrescenta ela, sentem saudade de certos costumes e comemorações típicas. "É importante ter esses bairros que preservem a cultura", diz, enquanto observa admirada a multidão diante do palco, que teve shows musicais e apresentações de artes marciais.
Nos anos anteriores, ela foi uma das apresentadoras. Desta vez, dedicou-se aos bastidores — foi uma das organizadoras que trabalhou para deixar tudo pronto para o evento, cuja organização se estende ao longo do ano, um modo de mobilizar a comunidade chinesa no dia a dia. "Gostaria de dar oportunidade para os mais jovens", conta, brincando que desta vez passou só um batom, pois não ficaria no palco por muito tempo.
Sorte
Entretanto, Lin Jun subiu ao palco para abrir oficialmente a festa, ao lado de outros organizadores, e de autoridades das relações sino-brasileiras, como William Woo, presidente da Associação de Amizade Brasil - China.
Antes das 12h, desfilaram os dragões coloridos que marcam a abertura do Ano Novo. "Tocar na cauda traz sorte", diziam expositores da festa, tão magnetizados pelas fantasias quanto os visitantes.
Além das barraquinhas de quitutes chineses, ambulantes aproveitaram a concentração de visitantes para vender itens diversos, de chaveiros a brigadeiros. O movimento é maior, conta o autônomo Edenilton Mendes, 32, pois o evento atrai turistas de outros estados.
A chef Renata Rodrigues, 51, especializada em waffles chineses, acrescenta que o ponto da Liberdade é muito disputado entre os comerciantes.
"Sou apaixonada pelo bairro. Fiquei dez anos para conseguir a licença e concorri com 15 mil pessoas na época", conta ela, que também se sente acolhida pelas ruas da Liberdade, que devem ficar mais agitadas que o habitual até o fim deste domingo, quando se encerra o festival.
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