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Liderada por André Valadão, Lagoinha perde mais de dez igrejas

O pastor André Valadão, em Orlando (EUA) - Reprodução/Facebook
O pastor André Valadão, em Orlando (EUA) Imagem: Reprodução/Facebook

Do TAB

28/05/2023 04h01

Mais de dez igrejas se desvincularam da Igreja Batista da Lagoinha desde que André Valadão assumiu, no fim de 2022, a liderança global da congregação, que reúne cerca de 700 unidades espalhadas entre o Brasil e outros 13 países. Uma delas foi a unidade do bairro belo-horizontino da Pampulha, liderada pelo pastor Júlio Toledo, passando a se chamar Pampulha Church.

No culto de 14 de maio, Júlio citou que a unidade estava tendo interferência direta de alguém "que mora nos Estados Unidos", referindo-se a André, que sucedeu o pai, Márcio Valadão, e vive na Flórida (EUA). Na sequência, anunciou a despedida.

Um trecho do culto viralizou na internet, junto à informação (incorreta) de que 70 unidades teriam deixado a Lagoinha — na verdade, conforme o TAB apurou, foram 12.

Segundo uma fonte na matriz de Belo Horizonte, elas preferiram sair pois, no fim de 2021, ainda antes de André assumir, a Lagoinha decidiu se tornar uma "denominação", um convenção com estatuto e estrutura, e que agora responde à Lagoinha Global. Foi o que levou o pastor Bruno Brito a também tirar do guarda-chuva da Lagoinha a unidade de São Paulo, que passou a se chamar Pura Fé.

"Não foi rebeldia", Bruno relatou à reportagem. André e Júlio também declararam, nos seus perfis na internet, que os rompimentos foram amigáveis. "Nada de mais", André definiu, nos seus stories no Instagram.

Desde que assumiu, ele tem frisado a centralidade da Lagoinha Global, como "núcleo eclesiástico, administrativo e absolutamente 100% das centenas de Lagoinhas", postou, respondendo a um seguidor no Instagram. Muitas vezes, refere-se agora à igreja apenas como "Global".

Nos bastidores, a ascensão de André na virada de 2022 para 2023 despertou temores: imaginava-se que a transição poderia abalar a igreja fundada no bairro belo-horizontino da Lagoinha na década de 1950, mergulhando-a na agenda ultraconservadora do bolsonarismo, reportaram os jornalistas Juliana Sayuri, Leandro Aguiar e Yuri Eiras. Fiéis LGBTQIA+ consideram o novo líder "radical".

Leia a reportagem completa, publicada em 22 de março de 2023, aqui.