Brasil Para Maiores #4: Musa do pornô, Marcia Imperator testou fidelidade e limites na TV
Do interior do Paraná ao palco do programa de maior audiência dos anos 2000, a musa Marcia Imperator invadiu a mente dos marmanjos no "Teste de Fidelidade" de João Kléber e, na sequência, tornou-se uma lenda do pornô brasileiro.
No quarto episódio do podcast "Brasil Para Maiores", Marie Declercq e Tiago Dias explicam como essa trajetória sacramentou uma união peculiar entre a TV aberta e o pornô brasileiro, essencial para a existência da era de celebridades nos filmes adultos.
Seguindo com o clima de "é proibido proibir" dos anos 1990, a TV continuou testando os limites do erotismo e sexualidade em programas de auditório.
Você pode ouvir o podcast "Brasil para Maiores" em plataformas como Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e YouTube.
Confira abaixo o roteiro do episódio 4:
Brasil Para Maiores - Episódio 4: Um casamento esquisito
Aviso: Este programa contém linguagem forte, descrição de cenas explícitas e pode não ser adequado para todos os públicos. Não ouça ao lado de crianças.
Marie Declercq: A historinha era sempre assim...
A câmera mostra um homem numa sala, esperando sabe lá o que, até aparecer uma mulher de corpo escultural. Ela diz que está ali por acaso e começa a puxar conversa como quem não quer nada.
Aí papo vai, papo vem, e o clima começa a esquentar. A mulher pergunta se o cara é casado e se ele já traiu. Também começa a perguntar o que ele gosta na cama. Mesmo o cara respondendo que sim, ele é comprometido a mulher continua a trocar ideia.
E ela fica fazendo um charminho, passa a mão no cabelo, diz que é viúva e que está muuuito carente.
[Áudio do "Teste de Fidelidade"]
Atriz: Eu nunca olhei pra homem mais jovem e você tá me tirando do sério, assim. Eu tô...
Namorada: Que oferecida!
Atriz: Eu tô encantada...
Namorada: Que isso, gente!
Marie Declercq: Só que o cara não sabe que aquele papo tá sendo filmado e transmitido ao vivo no palco de um programa de TV onde a suposta traída está assistindo tudo.
[Áudio do "Teste de Fidelidade"]
Homem: Você que é muito bonita porque realmente pra encontrar alguém como você...
João Kléber: Ele já está com as mãos na perna dela...
Homem: Que fala como você, que se apresente como você...
Namorada: Que intimidade é essa, gente?
Homem: Com todo respeito, esse corpo...
Namorada: Safado!
Atriz: Tá percebendo meu corpo, é?
João: E ele não sabe que ela é atriz, hein, pensa que ela é dona de um antiquário...
Homem: Não tem como não perceber, mesmo.
Atriz: Eu procuro...
Marie Declercq: A câmera volta a filmar a sala onde os dois começam a se beijar. A mão do cara desce no corpo da mulher, que é uma atriz contratada, e eles começam a se pegar forte.
[Áudio do "Teste de Fidelidade"]
João: Olha só! Olha, que isso! Meu Deus do céu!
Namorada: Gente, que filho da puta!
João: Isso vou te contar, ele partiu pra cima da atriz e a atriz começou a ficar meio?
Atriz: Me deixa louca assim...
João: Vocês vão ver o que vai rolar aí. Vocês vão ver o que vai rolar aí.
Marie Declercq: O beijo evolui até a atriz tirar a roupa ficando só de sutiã e calcinha. Tudo leva a crer que os dois vão transar ao vivo. Mas quando chega a hora H?
[Áudio do "Teste de Fidelidade"]
João Kleber: PARA, PARA, PARA, PARA, PARA, PARA, PARA, PARA, PARA, PARA, PARA
Marie Declercq: A audiência ia à loucura. O cara que tava ali falhou no "Teste de Fidelidade". E todo mundo que assistia isso em casa queria ver duas coisas nesse quadro: a reação da mulher traída, vendo o marido colocando um chifre nela em rede nacional, e ver se a atriz contratada ficaria nua em algum momento.
Tiago Dias: Bom, esse "Teste de Fidelidade" era o maior coito interrompido da face da Terra e foi um dos um dos quadros de maior sucesso na TV nos anos 2000. Passava na Rede TV e era apresentado por João Kléber, o cara do "para, para, para".
João Kleber dispensa apresentações, mas o que muita gente não sabe é que ele foi pupilo do Chacrinha, o apresentador que praticamente "inventou" a Rita Cadillac nos anos 70.
Como você ouviu no episódio anterior, Chacrinha era um mestre da comunicação e sabia usar a sensualidade das chacretes para enfeitar o palco e atrair o público do programa.
Mas aqui, meu irmão, é anos 2000. Uma época em que os limites já tinham sido ultrapassados, olha, fazia tempo.
A maior prova da permissividade é justamente esse quadro que a Marie descreveu, o "Teste de Fidelidade".
A coisa era vendida como uma pegadinha sensual, mas tudo com cara de encenado. Quem testava a fidelidade eram "atores", sempre uma musa ou um sarado que se insinuavam, seduziam, tiravam a roupa aos poucos...
E foi do "Teste de Fidelidade" que saiu uma das maiores lendas do pornô de celebridades, a Marcia Imperator.
Pra ela, o sucesso do quadro era justamente brincar com a imaginação:
[Entrevista com Marcia Imperator]
Marcia: No filme pornô, se você olhar uma cena que o pessoal já chega e já vai pro rala e rola, não é tão legal. O legal é aquela coisa de sedução, né? Aquela historinha que você vai, que você vem. Porque se a gente fechar os olhos e puxar a nossa imaginação, cara, isso vai nos excitando.
Marie Declercq: Então era a preliminar, que era um negócio, tinha uma tensão sexual muito extrema, óbvio né? Tinha aquela coisa, aquele jogo de sedução, aquele papinho lá. E aí acabava?
Marcia: Mas ficava de calcinha e sutiã e cueca.
Marie Declercq: É, mas é isso, né?
Marcia: O cara de pau duro dentro da cueca, querendo botar para fora, enfiar em você, e não era isso que acontecia.
Marie Declercq: É, mas acaba quando o pornô ia começar, né?
Marcia: Acaba quando seria para começar o pornô.
Marie Declercq: O sucesso da musa de João Kléber despertou a atenção da Brasileirinhas, óbvio, e não demorou para ela se tornar estrela da casa em 2005 no auge dessa fase das celebridades.
Marie Declercq: A carreira da Marcia como musa da TV e a estreia dela como estrela pornô sacramentaram um casamento bem estranho que aconteceu entre a TV brasileira e a indústria pornô nos anos 2000.
Depois da fase de puberdade dos anos 90 o Brasil chegou à fase adulta testando os limites entre o sexo, a TV e as celebridades e Marcia Imperator foi o maior símbolo dessa união.
Eu sou a Marie Declercq.
Tiago Dias: Eu sou Tiago Dias e esse é o podcast Brasil para Maiores. Uma reportagem em áudio do UOL TAB que resgata a explosão da pornografia brasileira e o surgimento do pornô de celebridades.
Episódio 4: Um casamento esquisito
Quando o João Kléber interrompeu o episódio anterior, a gente tava contando como o erotismo na TV aberta era a principal arma na guerra da audiência nos anos 90.
E nos anos 2000 essa relação atingiu o clímax, dando também uma certa dor de cabeça.
A Globo acumulou tanto audiência quanto problemas quando a segunda edição do Big Brother, em 2002, mostrou sexo entre participantes debaixo do edredon.
O público do programa, curado na boa e velha hipocrisia que tempera a relação do brasileiro com o sexo, assistiu e ao mesmo tempo criticou as cenas.
Marie Declercq: Mas meio que deu ruim isso aí do Big Brother, não deu, Tiago?
Tiago Dias: Sim, pois é. O Ministério da Saúde entrou em contato com a Globo, pedindo explicações porque corria o boato de que o casal tinha transado sem camisinha. E isso era um choque.
Bom, e em cima de tudo isso surgiu uma onda mais conservadora com a Campanha "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania".
A ação tinha apoio do Congresso Nacional e pedia que as emissoras subissem o nível da programação. Era muitas reclamações que vinham dos telespectadores.
Marie: É, reclamava, mas assistia, né? Ninguém desligava a TV.
Tiago: Pois é, tanto é que o programa do João Kleber era líder de audiência e também líder no ranking de baixarias dessa campanha.
Marie: Ah, tinha um ranking de baixarias, é isso?
Tiago: Sim.
Marie: Bom, voltando ao quadro líder do ranking de baixarias. Enquanto a Marcia Imperator testava a fidelidade dos homens, o Marcos Oliver ficava encarregado de seduzir as mulheres.
Os dois nunca chegaram a fazer juntos o mesmo teste, mas a Brasileirinhas entendeu exatamente o que o povo queria. Foi aberto então um portal entre os estúdios da RedeTV e o da Brasileirinhas, onde os fãs do Teste de Fidelidade puderam finalmente ver uma cena de sexo entre os dois.
O grande reencontro começa com Marcia e Oliver fingindo se estranhar no set, como se disputassem o título de maior estrela pornô:
[Áudio filme "As Mulheres de Oliver"]
Marcia Imperator: O que você está fazendo aqui, Oliver?
Marcos Oliver: O mesmo que você
Marcia: Filme? Que engraçado, eu que vou gravar filme aqui hoje
Oliver: Eu cheguei primeiro que você
Marcia: Que chegou primeiro, meu amor, eu já estou há datas aqui? E eu sou a gostosa.
Marie Declercq: Mas na hora do vamos ver, o Oliver ficou bem animado com esse reencontro.
[Entrevista com Marcia Imperator]
Marie: Vocês já se conheciam do Teste, né?
Marcia: Do teste, sim.
Marie: Nunca rolou um clima entre vocês?
Marcia: E aí nesse dia a gente começou a gravar e o Oliver se empolgou e gozou antes da hora. Aí o diretor falou "fodeu", quer dizer, agora não fodeu, né? Como que ele vai produzir esperma para a hora da gozada ter porra de verdade, né? Aí o Oliver falou: "não, só um minuto aí chefe, dá um minuto aí que não sei o que", e pegou e foi para o banheiro. Ficou tipo uns vinte, vinte minutos, meia horinha lá, voltei o Oliver de lá, de pau duro, "bora, vamos gravar." Cara, foi a cena divertida, porque eu enfiei a mão na cara dele quando eu gozei, ele enfiou a mão na minha cara, e a hora que ele gozou saiu tanta porra, tanta porra que o diretor falou assim: "caralho", tipo se surpreendeu. Daí ele falou assim, "tinha um saco guardado só pra Marcia desde o teste de Fidelidade".Falou que um lado tava guardado pra mim, então não tinha problema.
Marie: O Oliver hoje mal aparece na TV. Sua presença na mídia consiste em postar algumas fotos do shape, do filho e de mensagens de autoajuda. A gente foi atrás dele, mas a resposta foi bem direta.
Tiago: "Não me interessa, ok?".
Já a Marcia não só topou falar como parece estar bem resolvida com o seu passado. E ela chegou ao estúdio do UOL, em São Paulo, toda elegante.
Marie: É que rolou um negócio assim: ela tinha entendido que a entrevista que a gente ia fazer com ela seria em vídeo, então veio toda arrumada para aparecer na câmera. Ela estava de cabelo bem cortado, escovado, um chanelzinho, maquiagem feita, vestido colado, assim, super brilhante. Só que assim, depois ela viu que era só áudio, coitada
Tiago: E pro azar de vocês, só eu e a Marie tivemos esse privilégio.
Marie: É, realmente, porque ela estava bem bonita.
Tiago: A nossa conversa começou com ela sacando o celular com uma capinha brilhante para mostrar para gente o mais novo membro do clã Imperator.
[Áudio entrevista Marcia]
Marcia: Menino, tá doido, meu neto é a coisa mais gostosa desse mundo, meu neto.
Tiago: Que fofo.
Marcia: Coisa mais gostosa desse mundo. E...
Tiago: E você é aquela avó babona, então?
Marcia: Eu sou a avó que esse neto vai me levar à falência, filho.
Marie: Marcia tem 48 anos, três filhas e nasceu no interior do Paraná onde trabalhou na roça, roça mesmo. Ela conta que não tinha muita pretensão de ser famosa. Ela nem sonhava com isso. Mas o destino dessa garota do interior parecia estar selado desde a certidão de nascimento.
[áudio Entrevista Marcia Imperator]
Marie: Já era Marcia Imperator?
Marcia: O meu nome é verdadeiro.
Marie: Seu nome é Marcia Imperator?
Tiago: Sobrenome também?
Marcia: É, o meu nome verdadeiro é Marcia Imperator.
Marie: É o melhor nome assim.
Tiago: Já nasceu...
Marie: A entrada de Marcia na TV foi como figurante de vários programas humorísticos como no Zorra Total, onde ela sempre encarnava o papel da gostosona. O problema é que a TV pagava pouco. Na real, a TV mal pagava direito figurante.
[Áudio entrevista Marcia Imperator]
Marcia: Fiz lá e nunca recebi o cachê. Nunca recebi o cachê, a Globo me deve até hoje.
Tiago: Habla mesmo, Marcia.
Teve uma ocasião, inclusive, que quase fez a carreira dela decolar na Globo. Ela tava no aeroporto, acompanhando uma amiga quando foi abordada por três caras. Um deles não era qualquer um.
[Áudio entrevista Marcia Imperator]
Marcia: Tava sentada na lanchonete e aí tinham dois caras mais jovens e tinha um senhor, né? E aí esse senhor não parava de me olhar e os três não paravam de me olhar. Aí eu até virei assim para as minhas duas amigas e falei assim: "para quem será que eles estão olhando, né? Será que é para mim? Será que é para vocês?" Eu falei: "Ta meio indiscreto já o negócio, né?" Aí o cara pegou e fez assim. Tipo, me chamando. Eu falei: "eu?" e ele "É". Aí eu falei "é a mesma distância, eu ir aí ou você vir aqui." Não me levantei, fiquei sentada. Ele levantou, ele tava com uma bengala, ele levantou, ele veio de bengala até do meu lado. Aí ele falou "você me dá licença", aí eu falei "depende". Ele pegou meu rosto assim, ergueu para eu olhar para ele, aí ele falou "você tem o rosto mais lindo e perfeito pra televisão. Teu formato de rosto é difícil eu encontrar, tu tem o rosto perfeito." Aí eu falei "tá, tudo bem, obrigada", né? Aí ele pediu para esses caras me passarem o contato dele. Ele falou "se algum dia você for para o Rio de Janeiro, me procure que eu quero fazer um teste de vídeo com você". Eu falei "tá bom, mas exatamente onde no Rio?" Ele falou "no Projac". Eu falei "Oi?". Ele falou "sim, eu trabalho no Projac". Aí o cara olhou pra mim e falou: "você não sabe quem é ele?". Eu falei: "Desculpa, mas não sei". "Ah, ele é o Carlos Manga". Na hora, eu falei: "quem é Carlos Manga? Tá bom...". Ele: "Não, porque ele é diretor de novela, não sei o que". Falei "Ah, legal". Conto da carochinha, né? Falei: "Ah, legal". Sabe? Sem acreditar?
Tiago: Carlos Manga foi um dos maiores diretores da TV Globo e do cinema nacional na época da chanchada. Ele morreu em 2015, mas anos depois, quando muitas mulheres ficaram mais confortáveis pra falar de assédio, a atriz Luana Piovani revelou que Manga pediu para que ela sentasse no colo dele. Ela conta que recusou o pedido e, por causa disso, perdeu o papel numa novela.
A Marcia conheceu Carlos Manga naquele dia do aeroporto e nunca mais viu ele de novo.
Mas olha só, curiosamente, quando ela contou pra gente como entrou na pornografia, o nome dele voltou a ser citado.
[Áudio entrevista Marcia Imperator]
Tiago: E como é que chega essa fase, então?
Marcia: Que fase?
Tiago: Justamente a de filmes, filmes adultos.
Marcia: Quando eu saí do João Kleber. Aí eu recebi o convite desse menino que fazia a assessoria do Manga, porque o Manga pegou e falou para ele: "Tem uma menina com o nome assim, assim, assado. Vai e trabalha com ela." Só que o cara era um pilantra, o Manga não sabia. Ô Manga, por favor, né?
Tiago: Essa cena do aeroporto lembrou a gente da figura dos olheiros do pornô que viajavam pelo país em busca de novos talentos. Isso nem existe mais, só que o approach desses caras era muito parecido. Começava sempre com "você é muito bonita. Seu rosto fotografa muito bem".
Marie: Ouvindo essa história da Marcia, a sensação que ficou pra gente é que existiam umas zonas cinzas, meio esquisitas nos bastidores da TV.
A gente procurou um diretor de TV que passou pelos principais programas dos anos 90 e 2000. É um cara com currículo extenso com passagens pela Globo e pela Rede TV. E a gente perguntou pra ele o que de fato rolava por trás das câmeras.
Pra você ter uma ideia, ele não topou nem ser gravado mas deixou a gente reproduzir uma fala dele aqui. A gente pediu pro jornalista Luís Adorno, nosso colega aqui do UOL, dar a voz a esse trecho.
[Áudio Luís Adorno]
O teste do sofá era o assédio, não era uma forma institucionalizada. O sexo rolava em qualquer lugar e em alguns casos até em estúdio. Sei de caso que o diretor e a atriz da Globo transaram no estúdio. Tinha diretores do SBT que eram verdadeiros predadores. Se fosse hoje, eles seriam denunciados. O movimento também era o contrário, assessores oferecendo mulheres gatas para participar dos programas, eram "as gostosas", e eles aproveitavam. Muitas viam na TV uma maneira de aumentar o cachê ou qualquer outro trabalho mesmo.
Marie: Não foi coincidência o boom de "gostosas de TV" nesse período. Essa simbiose entre assessores e mulheres bonitas era bem comum mesmo. Por que era assim: a TV usufruia da beleza e da sensualidade delas. E elas usavam a TV como vitrine para aumentar os cachês de outros trabalhos.
O Cacau Oliver, que foi mentor de muitas subcelebridades nos anos 2000, disse que essa superlotação de musas servia bem à audiência. Como muitos disseram aqui, a imaginação pode ser bem mais potente do que uma cena explícita.
[Áudio entrevista Cacau Oliver]
Cacau: Olhamos para os anos 2000 que você percebe que o erotismo em cima da mulher fazia parte do horário nobre da televisão, né? Com os quadros, como a banheira do Gugu, como as personagens que faziam parte da imaginação das pessoas, né? Com Feiticeira, Tiazinha. Você percebe ali que a mulher realmente naquela época, que o erotismo em cima da mulher fazia parte, né? Até porque nós viemos do Carnaval. Nós temos isso no nosso sangue, no nosso berço. Então pra gente aquele erotismo alí, ele soava como familiar, né? Até porque é algo do nosso cotidiano, né?
Tiago: E foi essa explosão de corpos seminus e brincadeirinhas bobas ajudou a fortalecer o casamento entre o mercado do sexo e o entretenimento tradicional.
A Bruna Ferraz é um dos maiores exemplos desse intercâmbio. Ela foi uma grande estrela da Brasileirinhas por dez anos, mas a carreira dela começou na TV. Ela participou até da Banheira do Gugu.
[Áudio entrevista Bruna Ferraz]
Tiago: Ô Bruna, e você tem lembrança de quando foi que você percebeu assim "nossa, eu tô famosa". O que que aconteceu, assim, que situação?
Bruna: Foi na Rede TV.
Marie: Você foi chamada pra gravar? Como foi?
Bruna: Não, quando eu fiz o Teste de Fidelidade. Ali que abriu mais portas, além do que eu já tinha feito a Gata Molhada, eu já tinha ido na Globo. Então, assim, depois do Teste de Fidelidade que eu resolvi fazer o filme. Aí sim que eu fiquei e falei "Agora sim que eu...".
Marie: E depois que você fez pornô, como é que era sair na rua?
Bruna: Ah, o povo tudo, tudo? "Você é a Bruna Ferraz?" Eu sentada em qualquer lugar, comendo, ou em pé, em qualquer lugar.
Tiago: A Brasileirinhas virou um ponto de encontro de todas as subcelebridades em busca de fama e grana. Toda semana, uma pseudo celebridade surgia no catálogo da produtora.
Qualquer pessoa virava famosa, bastava aparecer uma vez na TV, ficar pelada em algum lugar público ou ter o mesmo sobrenome famoso.
Por causa da Rita Cadillac, apareceu uma suposta sobrinha, a Cleo Cadillac, mas ela nem é da família, só pediu a benção da dançarina para utilizar o mesmo sobrenome.
Já a Gretchen ajudou o filho Thammy a integrar o elenco em 2006. Quem trabalhou nessa parceria contou pra gente, em off, que a produtora não tava nem um pouco a fim desse contrato.
O motivo foi que, na época, antes da transição de gênero, Thammy tinha acabado de assumir publicamente a homossexualidade. Tava de cabelo curto e tal... Na visão da Brasileirinhas aquilo desagradaria o público masculino. Eles acabaram então oferecendo o que essa fonte diz ter sido "o cachê mais baixo da época".
Thammy, no fim, contracenou com Julia Paes, apresentada como sua namorada. Tem gente que diz que o namoro foi sério. Outros acreditam num golpe de marketing. Na dúvida, o público comprou a ideia do namoro.
O clã da Gretchen na Brasileirinhas aumentaria ainda mais, quando Carol Miranda, sobrinha da rainha do rebolado, entrou no casting.
Além dos parentes, reais ou inventados, os escândalos sexuais com famosos também eram uma fonte de potenciais novas atrizes. Foi assim com Andrea Albertini, uma das travestis envolvidas numa polêmica com o jogador Ronaldo Fenômeno. O filme dela se chamou "Ela é um fenômeno" e saiu pela ìcaro Studios, produtora dedicada a filmes gays. Andrea morreu em 2009.
De fato, a vida pessoal do Ronaldo parecia inspirar os roteiros mambembes do pornô nessa época. Foi o que fez Vivi Brunieri, ex-affair do jogador, receber vários convites para fazer pornô.
Se Vivi Brunieri não quer dizer nada pra você, talvez você se lembre dela como Vivi Ronaldinha. Esse foi o apelido que ela ganhou depois de um breve romance com o craque. O sobrenome artístico levou ela a posar nua e até gravar um CD com a dupla As Ronaldinhas.
[Áudio Domingo Legal]
Vivi Brunieri: Quem quiser contratar As ronaldinhas, ligar para o nosso empresário, telefone 0719627701, é o mesmo empresário do É o Tchan
Gugu: Vamos lá, então. O leo você segura ela hein. Vamos ver quantos sabonetes a Ronaldinha vai pegar. Atenção, um minuto! Tempo! Tá valendo!
Tiago: Bom, se tem sabonete envolvido, você sabe que estamos falando da "Banheira do Gugu", parada obrigatória das musas da TV. E o salto da telinha pro pornô não demoraria pra acontecer com a Vivi:
[Áudio entrevista Vivi Brunieri]
Vivi: No ano de 2006 eu tinha estado no Brasil e uma outra produtora chamada Brasileirinhas. O dono pediu pra marcar uma reunião comigo, eu fui. Na época tava no auge Rita Cadillac, Gretchen, Alexandre Frota, esses artistas, gravando filmes adultos. Então foi uma forma, assim, dele quase me convencer a fazer, mas na época eu estava namorando, e na época ele falou não, não faz isso não, não é legal. Então, como eu também financeiramente não estava precisando, eu decidi não fazer, né?
Tiago: Vivi disse não para a Brasileirinhas, mas dois anos depois, disse sim para outra produtora, a Sexxxy.
Marie: A gente não está falando da revista Sexy. A gente está falando da produtora Sexxxy que escreve com três Xs.
[Áudio entrevista Vivi Brunieri]
Vivi: Passou que eu estava com 32 anos, nunca tinha recebido uma proposta milionária porque eu sabia que, com a gravação das cinco cenas eu ganharia no mínimo meio milhão. Então, a Playboy não me pagou isso, eu nunca fechei um contrato com uma empresa que me pagasse meio milhão de reais, nunca. Então ali eu ví, né, uma oportuinidade. Tudo que eu exigi, né, dentro das cláusulas, coisas que eu falei que não faria, que seria ter relação sem preservativo. Sexo anal também não faria. Tudo isso eles aceitaram.
Tiago: A Vivi morava no Japão e conseguiu fazer a produtora pagar não só a passagem dela, mas de toda a sua família.
[Áudio entrevista Vivi Brunieri]
Vivi: Como eles disseram que eu ficaria no Brasil no mínimo trinta dias pra gravar as cinco cenas, né? Que foi o que eu assinei. Então eu falei que eu não teria condições de viajar sem os meus filhos. Na época, o meu filho tinha cinco aninhos. A minha filha, sete meses, quando eu assinei o contrato. Então eu precisaria levar o meu padrasto que é uma pessoa que me ajudava muito. Avô do coração, né, dos meus filhos. E a minha mãe, que também já fazia alguns anos que não voltava ao Brasil e eu gostaria que ela fosse. Então eles aceitaram. Pagaram. Foram buscar a gente no aeroporto, toda a equipe. Fizeram algumas filmagens, né? Minha chegada. Depois fomos para um flat nos Jardins. Ficamos ali. Eles tiveram todo o cuidado. Eu não posso dizer assim o contrário, porque seria injustiça da minha parte.
Tiago: Na época, a Vivi chegou a gravar com um sósia do jogador, mas o Ronaldo verdadeiro entrou na justiça proibindo a veiculação.
Hoje, a Vivi é evangélica e missionária no Japão, onde mora com os dois filhos. Apesar da mudança radical de vida, ela fala bastante sobre aquela fase do pornô, até como testemunho pra sua conversão.
Mas mais comum é fazer como a Gretchen, que depois da sua estreia em 2006, avisou que não falaria mais sobre o assunto.
A Gretchen aceitou gravar as cenas desde que fosse apenas com o então namorado, o músico Guto Guitar, um dos maiores incentivadores dessa nova empreitada.
O filme foi gravado num hotel luxuoso no Recife e começa com o Guto tocando guitarra e chamando Gretchen para o estúdio.
[Áudio filme "La Conga Sex"]
Guto Guitar: Você sabe que eu te amo. Na verdade passei o dia todo nervoso, a gente não conseguiu namorar de manhã, não fez nada de tarde, só correria, só trabalho. Não sei ficar sem você.
Quase não há diálogo no filme. O Guto é quem aparece mais animado e falante, diferente da namorada.
A carreira da Gretchen no pornô foi tão curta quanto sua relação com o Guto, que terminou dois meses depois do lançamento do filme.
Marie: Das raras vezes em que Gretchen falou sobre o assunto, Ela revelou desconforto muito parecido com o da Rita Cadillac durante as gravações. Pra mim, isso mostra que fazer pornô não tem nada a ver com dinheiro fácil. Especialmente quando você é mulher.
[Áudio entrevista Gretchen para Ana Hickmann]
Miguel: Queria saber, Gretchen, na hora que você estava gravando ali aqueles filmes, você conseguiu sentir algum tipo de prazer?
Gretchen: Muito pelo contrário, quando eu terminava cada cena eu ia pro chuveiro chorar, porque eu me sentia extremamente invadida e fazendo uma coisa que eu não queria. Eu desisti, chegou um momento que eu disse que ia parar. Eu cheguei ao momento de chamar o diretor e dizer que não ia fazer mais. E aí ele conversou, pediu pra parar a gravação, deixou pro dia seguinte, pediu que eu me acalmasse que não ia pedir que eu fizesse nada que não fosse da minha vontade.
Marie: Nessa mesma entrevista, a Gretchen confirmou outro padrão na história das mulheres que entram pro pornô, a necessidade financeira. A surpresa aqui fica por conta do tamanho do cachê.
Muitas notinhas de fofoca disseram que o cachê foi R$ 1 milhão e meio, mas a própria Gretchen revelou em 2012 um valor um pouco menor.
[Áudio entrevista Gretchen para Ana Hickmann]
Ana: Quanto foi?
Gretchen: Foi 1 milhão
Ana: 1 milhão. Então minha pergunta foi: porque você decidiu fazer esse tipo de filme?
Gretchen: Eu decidi porque eu tinha um problema pra resolver para ajudar meus filhos
Ana: E qual foi esse problema?
Gretchen: Eu precisava sustentá-los
Ainda assim, foi um dinheiro e tanto nunca pago antes na pornografia brasileira: 1 milhão de reais, o mesmo valor de um prêmio de Big Brother na época. Hoje, isso daria mais de 3 milhões de reais.
A gente quis confirmar esse valor com o Clayton, dono da Brasileirinhas, mas qualquer número relacionado a essa época ele mantém trancado naquele bendito armário amarelado do lado da mesa dele.
[Entrevista Clayton Nunes]
Marie: Foi um milhão e meio mesmo?
Clayton: Cara, não tem como te dizer. Os dados são sigilosas.
Marie: Tá, ok.
Clayton: Os contratos todos têm cláusulas sigilosas. Que foi da época do Alvarenga. Eu não participei das negociações. O contrato tá aqui, mas?
Tiago: Tá nos arquivos
Clayton: Infelizmente eu não posso. O contrato tá aqui? Tá aqui guardadinho.
Marie: Lei de acesso à informação
Clayton: Ainda fica aqui escondidinho na minha sala pra ninguém mexer nisso aqui
Tiago: Sério, nem o número de vendas de DVDs a Brasileirinhas deixou público. Todo esse sigilo dava brecha pra que as celebridades falassem o que quisessem. Quando você vai olhar as entrevistas da época, todo mundo dizia que vendeu mais cópias, que ganhou mais. Não dá pra confirmar, né?
Essa média de valores pagos às celebridades mostra que as produtoras não tavam de brincadeira.
A Brasileirinhas tava com tanto cacife que tentou patrocinar o time de futebol Cianorte, do Paraná. O logo da produtora ia aparecer no calção dos jogadores, mas o patrocínio acabou vetado pela direção do clube.
Marie: Polêmicas à parte, não dá pra negar que esse relacionamento meio tóxico entre TV e pornô marcou uma geração inteira e fez muita gente assistir filmes de sacanagem pela primeira vez.
Eu e o Tiago já falamos sobre a nossa relação com o pornô nos anos 2000, mas a confirmação veio sem querer quando um motorista de Uber ouviu a gente conversando sobre o assunto e quis participar.
[Áudio motorista de Uber]
Motorista: É porque, por exemplo, eu via a Gretchen na televisão dançando "Conga La Conga", eu era adolescente, nem sabia quem era. Aí do nada eu vi ela na capa de DVD. Claro que?
Tiago: Chama a atenção, né?
Motorista: É... Você já fala "nossa, como deve ser, né?"
Marie: Mas aí você gostou do filme quando assistiu ou foi mais tipo?
Motorista: Foi mais o oba oba, né. "Nossa, como é que faz, olha"... Ficava vendo.
Marie: E você conseguiu o DVD como, você comprou pirata?
Motorista: É, pirata.
Tiago: Mas aí, a partir das famosas, você foi atrás das outras? Aí você foi conhecendo mais?
Motorista: Ah, aí você vai conhecendo o mundo, né. Aí você vai vendo que nem sempre as famosas são as melhores, né. É que as famosas chamam a atenção pelo fato de ela estar sendo exposta na televisão, na rádio, em qualquer lugar, né, no meio de comunicação. E aí você fala "como deve ser ela? como que deve ser o negócio dela?" Você acha que é diferente por ser celebridade, coisa de adolescente.
Marie: Às vezes eu esqueço de mencionar isso quando tô contando essas histórias pra um pessoal mais jovem, mas acho que muita gente esquece que a TV nos anos 2000 ainda era um dos principais meios de comunicação da época.
A gente realmente se informava pela TV, inclusive nas fofocas de celebridades. Rede social era só scrap no Orkut e olhe lá.
E nesse estica e puxa dos limites que a gente tava falando passou muito conteúdo dúvidoso, a gente tá falando de misoginia, homofobia, racismo e transfobia.
O "Pânico na TV" conseguiu atingir um nível concentrado de chorume no quadro "Vô, num vô", que consistia nos caras em indo à praia e ficar colando adesivo nas mulheres. As mais 'padrãozinhos' ganhavam um adesivo escrito "vô". Já as mulheres fora do padrão ganhavam um "num vô".
[Áudio programa "Pânico na TV"]
Apresentador 1: Vô e num vô, é a promoção...
Mulher: Num vô.
Apresentador 1: Nem eu.
Apresentador 2: Acertou, também não. Nem pagando.
Apresentador 1: Eu aqui, fácil. Fica quieto.
Mulher: Vai aonde?
Apresentador: Depois te falo. Hum, você vai, mendigo?
Apresentador 2: Nem pagando.
Apresentador 1: Atenção, pose para a foto vocês duas sorrindo.
A Rede TV era um hub desses conteúdos questionáveis. Outro programa que criou vários precedentes problemáticos foi o "SuperPop", da Luciana Gimenez. O programa seguia uma receita bem clara: era expor os convidados, colocando eles na berlinda enquanto se criava um clima bem de falso debate.
Inclusive, tem uma certa pessoa, muito conhecida pelas suas falas racistas e machistas, que foi bastante chamada pela produção do "Superpop" nos anos 2010. Tudo em nome de uma dita polêmica, com muitas aspas aqui.
Hoje, ele é ex-presidente do Brasil.
[Áudio "SuperPop"]
Luciana Gimenez: Então vou falar boa noite pra ele que está aqui, deputado federal e ele é contra a união estável, quero dizer logo: Jair Bolsonaro. Bem vindo, Jair.
Jair Bolsonaro: Obrigado, espero continuar sendo aplaudido ao longo do programa
Luciana: Bolsonaro, você emagreceu?
Bolsonaro: Eu emagreci sim
A Bianca Soares, que fez um filme com Frota e foi a primeira transexual a participar de um reality show no Brasil, lembra muito bem o que acontecia quando topava aparecer nesse tipo de programa.
[Entrevista Bianca Soares]
Bianca Soares: Olha gente, eu falo: se fosse hoje em dia teria muita gente que teria sido processada. Luciana Gimenez principalmente. Eles colocavam, eles pegavam fotos da minha genitália e ia mostrando na plateia com a foto, de qualquer coisa. É, você tirou foto, qualquer coisa: "Olha isso" e mostravam, e mostravam assim.
Marie: É, isso que eu queria te perguntar, porque assim, hoje em dia acho que a tratativa mudou né, um pouco, né, imagino, né?
Bianca: Muito, muito.
Marie: Só que na época era uma violência, né?
Bianca: Uma violência, era degladiação. Hoje me dia eles todos bonzinhos: "Ai porque, se meu filho for tal coisa, vai ser tal coisa", eu vou aceitar e tal, mas na época, eu sei a verdadeira índole, o coração das pessoas. Eu lembro muito bem. As pessoas me chamavam, muitos, muitos, muitos. Uma vez num programa de televisão, teve um que pegou e veio falar que eu, adoro me perfumar, eu sempre muito cheirosa de longe você sente o meu cheiro. Teve um que veio chamou num programa anterior, uma que tinha cheiro de homem e daí quando ele me viu, ele veio e falou "Não, ela cheira homem do mesmo jeito", daí a Luciana para contornar falou "não, a Bianca cheira, tem um perfume mais forte do que o meu". É que não tem gravações daquela época dessas coisas, assim porque sabem que é preconceito, era muita degladiação, queriam formar a chacota. Só que eu sempre tive uma postura muito forte.
Tiago: A Rita Cadillac passou por uma experiência parecida no "Superpop"
[Entrevista Rita Cadillac]
Rita Cadillac: Uma vez eu fiz, aí eu falei: 'Oi, tchau, fui'. Aí veio, Luciana atrás, veio todo mundo atrás de mim. 'Rita não vai embora'. Já fui tchau.
Tiago: Mas porque foi um comentário que?
Rita: Foi um comentário que não ficou legal, eu não gostei. Contei até dez, porque eu falei 'Vou contar até dez'. E quando eu conto até dez, sinto muito. Quando eu paro antes do dez, dançou. Então parei antes do dez e fui embora. Tchau e bença, adeus.
Tiago: Mesmo com a fama, a exposição e a grana, nem tudo eram flores na vida de quem fez pornô. Muitas carregam na fala o peso das decisões que tomaram no passado.
Não é nem que todas elas se arrependam, ou tenham algum caso triste pra contar. É que trabalhar com sexo nesse nível de exposição, dia após dia, é lidar com muita coisa.
Pra Marcia Imperator, a passagem na pornografia foi uma oportunidade para melhorar sua condição financeira e dar uma vida melhor pras filhas e seu neto. Apesar dessa relação tóxica, da qual ela foi símbolo, Marcia olha para essa época com humor e adora quando aparecem fãs querendo autógrafo.
Prova disso é esse encontro que rolou na porta do UOL no dia da nossa entrevista, Um fã da Marcia chegou tremendo e pediu uma foto.
[Áudio fã aborda Marcia Imperator]
Fã: Aí eu te vi, nossa é ela
Marcia: Vamos lá
Fã: Tô me tremendo
Marcia: Ele tá tremendo
Tiago: Vê se ficou boa
Fã: Não tem como não ficar
Marcia: Posta lá e me marca que eu resposto, entendeu?
Fã: Prazer, viu?
Marcia: Imagina, o prazer foi meu. Juízo, hein, garoto!
Tiago: E assim, foi só a gente postar uma foto com a Marcia no meu stories pra chover amigo hétero emocionado com o encontro.
Marie: Aconteceu a mesma coisa comigo. E o mais doido é que a Marcia passou apenas dois anos trabalhando na indústria pornô. Parece muito mais, né?
Tiago: Mas afinal, como é o cotidiano de uma atriz e de um ator pornô? É só notícia ruim ou tem momentos divertidos?
Marie: Bom, no próximo episódio, a gente vai abrir o microfone pras atrizes e atores pornôs, celebridades ou não, contarem, sem filtro, o que acontece nos bastidores.
O podcast "Brasil para Maiores" tem apresentação, roteiro e pesquisa de Marie Declercq e Tiago Dias. O roteiro também foi feito por Fernando Cespedes que adaptou o projeto para podcast. O desenho de som e a montagem são do João Pedro Pinheiro. A produção é da Marie Declercq, da Natália Mota e do Tiago Dias. O design é do Marcos Antonio Alves de Lima Júnior. A direção de arte é da Gisele Pungan e do René Cardillo. A coordenação é da Juliana Carpanez e da Olívia Fraga. O projeto também conta com Alexandre Gimenez e Antoine Morel, gerentes de conteúdo, e Murilo Garavello, diretor de conteúdo do UOL.
Este episódio usou áudios da Rede TV!, da Brasileirinhas, do SBT e da Record TV.
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