Eles já nasceram digitais e vivem em um mundo de informação, exposição e experimentação - mas sob dilemas de proteção a privacidade. Entre tabus e liberdades, como a geração Z lida com sua própria sexualidade? Na edição desta semana, a turma do podcast CAOScast penetra neste assunto (ouça o episódio na íntegra no arquivo acima).
Sexo é assunto ainda cheio de tabus, mas o tema atravessa ressignificações intensas de tempos em tempos. Uma das grandes batalhas de cada geração é reinventar a dimensão que o exercício da sexualidade tem na vida de cada um.
Nesta semana, a turma do CAOScast traz a questão: qual é o ponto Z? Como a geração Z, a de quem nasceu na virada do ano 2000, encara o assunto? Se os millennials pareciam querer extrapolar os limites, os Z querem exercer inclusive a liberdade de dizer "não". Será mesmo que eles estão transando menos?
"Vamos falar de sexualidade beta. Antes de dizer se essa geração está transando muito, se não está, a grande pergunta que temos de fazer é: o que é sexo? Porque isso pode mudar de geração para geração", comenta Marina Roale, líder de pesquisa da Consumoteca. "É penetração, é ficar com outro, é ter prazer, gozar?" (ouça a partir de 6:30 no arquivo acima).
Ela ressalta que esse conceito pode variar "completamente" para a geração Z, porque eles brincam com a "sexualidade beta". Para isso, têm informação, valem-se da experimentação e lidam com a privacidade.
Para a educadora sexual e influencer Valentina Fellina, o ponto é que existe mais consciência sobre a questão. "De muita coisa, de conceitos: feminismo, consentimento - que é uma coisa essencial, inclusive, o básico do básico", ressalta ela. Mesmo que pais não ensinem, mesmo que a escola não aborde, o jovem de hoje está muito mais exposto a temas de educação sexual, acredita Valentina (a partir de 11:45).
Para o pesquisador Tiago Faria, a chave que escancara a diferença desta geração para as anteriores está na liberdade consciente até para dizer "não". "A liberdade não está em transar com muitos, mas em poder decidir o que você quer", diz ele (a partir de 18:45).
"Entender liberdade como seletividade", completa Marina. "E mais que seletividade, entra outro ponto, que é a ideia da experimentação. Mais do que ter de escolher se vai fazer, tem a questão do se é sozinho ou se não é. Para esses jovens, antes de viver com o outro, você vive consigo, você descobre o que dá prazer do seu jeito. Para aí, sim, tentar com outro." (a partir de 19:40)
Isto significa que tabus, como a masturbação, foram quebrados - e pela geração Z são encarados com mais naturalidade e até como um autocuidado, uma necessidade do dia a dia.
Tiago Cunha lembra de mais um ingrediente que faz os Z: o fato de que eles já nasceram em uma sociedade altamente digitalizada, em que o acesso à informação deixou de ser um problema para muita gente. Assim, o sexo não tem mais aquela aura de mistério e segredo, como tinha para as gerações anteriores (a partir de 9:45).
Todo esse contexto parece deixar os jovens de hoje mais mente aberta. "O jeito como eles lidam com aceitação e com diversidade é desprendido de muitos preconceitos que havia em nossa época", compara Cunha. "E esse comportamento interfere diretamente na forma como eles lidam com o sexo" (a partir de 16:40).
Quer mergulhar fundo nesse assunto? Curioso para entender como a geração Z encara a sexualidade? Ouça o episódio completo de CAOScast no player acima.
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