CAOScast: Intimidade está à venda, e digital transforma produção do pornô
Se você nunca tinha ouvido falar em OnlyFans antes, provavelmente começou a ver esse nome pipocar pela internet durante a pandemia — isso se não virou usuário(a) ou produtor(a) de conteúdo por lá.
A plataforma foi lançada em 2016 com a proposta de permitir a venda de conteúdos online, e logo ganhou caráter sexual. Estão à venda sessões com camgirls, fotos sensuais e conteúdo em abundância para os mais variados fetiches — de imagens de pés à mistura entre sexo e muckbang (não sabe o que é isso? Leia mais aqui).
A intimidade tem um preço e, com tanta gente em casa sentindo falta de contato, a nudez está mais disponível do que nunca no mercado virtual. E a sexualidade vem ganhando uma cara bem diferente. Nesta semana, a trupe do CAOScast discute a nova vitrine da intimidade.
"Vitrine da intimidade são esses novos espaços, dentro do digital, onde podemos consumir e produzir conteúdos que revelam nossa intimidade e acabam numa zona nebulosa, porque a gente não sabe mais se é pornô, se é erótico, o que é. E aí quem está produzindo esse conteúdo é o quê? Não é mais profissional da área? A gente começa a entender aí uma nova categoria de influencers, que são os influencers da sexualidade e estão monetizando bastante nas redes sociais", explica Marina Roale, líder de pesquisa da Consumoteca (ouça a partir de 8:00).
Com mais conteúdo disponível e uma demanda crescente, é natural que a produção seja mais diversa. Tem vídeo, foto, áudio e texto para todos os gostos, e mesmo a ideia do que é pornô vem mudando, diz Roy LP, da plataforma de streaming Quente Club.
"O grande paradigma que vem sendo quebrado ao longo do tempo é exatamente o que é amador e o que é profissional. O que era muito claro antigamente que era profissional, que era feito e pensado e produzido de uma forma muito diferente do que era considerado amador, hoje você tem uma indústria tentando produzir amador", afirma ele (a partir de 18:55).
Tiago Faria, pesquisador, completa: "Acho que é menos sobre ser profissional versus ser amador, e mais sobre ser realista versus ser teatral, encenado. Acho que houve uma saturação e até um interdito politico, mesmo, dos padrões da indústria pornográfica, que tem uma atmosfera kitsch e muitas vezes abusiva. Hoje, quem quer produzir e monetizar um conteúdo erótico pode ter mais liberdade de escolha" (a partir de 20:37).
As novas demandas abriram espaço para conteúdos que quebram as expectativas do pornô visual e machista, analisam os caóticos. Para Rebeca de Moraes, pesquisadora, essas experimentações abrem novos caminhos. "O que a gente está chamando de intimidade e de pornografia não é só pornografia tradicional. São muitas outras possibilidades de intimidade que a gente está botando aí nesse mesmo balaio" (a partir de 11:57).
Quer entender melhor como a noção de intimidade e a pornografia estão mudando nos últimos meses, com a pandemia? Ouça o episódio completo de CAOScast no player acima.
Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição de áudio. Você pode ouvir CAOScast, por exemplo, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e Youtube.
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